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Investimento imobiliário em Portugal atinge os 261 milhões de euros no primeiro trimestre

O investimento imobiliário terminou o primeiro trimestre de 2024 com um volume de transações de 261 milhões de euros valor que, comparado com o período homólogo de 2023, representa um ligeiro decréscimo de 6%.

Investimento

Volume de investimento regista uma ligeira contração comparativamente ao período homólogo de 2023;

75% do volume total de investimento foi alocado aos segmentos de retalho e escritórios;

Mercados de Escritórios de Lisboa e Porto batem recordes de ocupação;

 

Cerca de 75% do volume total de investimento foi alocado aos segmentos de retalho e escritórios, o que demonstra a robustez e dinamismo destas áreas do imobiliário no panorama nacional.

No que ao segmento de escritórios diz respeito, a maior operação do primeiro trimestre de 2024 foi a venda da Torre Key no Parque das Nações, pela Krest ao fundo alemão REAL I.S, que marca a sua estreia em Portugal com a aquisição de um dos edifícios mais modernos de Lisboa. Já a venda do Sintra Retail Park, um dos principais Retail Parks do mercado nacional, marcou o trimestre e reafirma o renovado interesse dos investidores neste segmento.

Por sua vez, o segmento da hotelaria continua também a atrair um elevado interesse. A venda de um resort no Algarve estimado em 21 milhões de euros e de um portfólio de hotéis com unidades localizadas na Grande Lisboa, são mais um exemplo da dinâmica e do peso que este segmento imobiliário regista em Portugal.

Já o segmento industrial e logístico contou com um total de 10 milhões de euros transacionados, o que representa uma contração da atividade. A tendência contra cíclica entre o desempenho dinâmico do mercado ocupacional versus o mercado de investimento prevalece, na expectativa da chegada de produtos prime ao mercado.

O investimento internacional representou uma fatia de 70% do volume total, o que significa que os investidores domésticos foram responsáveis por 30% do volume total de investimento, mantendo uma trajetória de crescimento muito gradual.

Quer no lado dos compradores como dos vendedores, os fundos de investimento imobiliários e de gestão de ativos exerceram a maior influência no volume total de investimento registado.

Paulo Silva, Head of Country, Savills Portugal, sublinha: “O mercado imobiliário iniciou o ano de 2024 com alguma cautela e timidez, reflexo do contexto macroeconómico e do sentimento de incerteza por parte dos investidores. No entanto, para este ano, prevê-se que as estratégias de diversificação de investimento e de risco, esta última centrada no setor de living, impulsionem o mercado imobiliário nacional, suportadas também pelo crescente interesse nos segmentos hoteleiro e de retalho.”

 

Escritórios – Lisboa:
O 1º trimestre do ano encerra com volume total de absorção aproximado de 74.000 m2, o que reflete uma subida bastante significativa comparativamente aos 19.264 m2 registados no mesmo período de 2023.

Do total das 41 operações efetuadas, 12 registaram áreas acima dos 1.000 m2, perfazendo um peso de 86% no volume total de absorção. As zonas do Parque das Nações e a Nova Zona de Escritórios registaram as melhores performances em termos de ocupação, com 28.670 m2 e 26.120 m2, respetivamente, o que representa um peso de 74% no volume total de absorção.

Por sua vez, a taxa de disponibilidade encerrou nos 10,02%, registando uma ligeira subida face aos 9,33% observados no último trimestre de 2023, um resultado que se deve à desocupação de espaços de escritórios obsoletos com necessidade de intervenção para adaptação aos critérios de ESG.

No que respeita a tendências de mercado, o conceito de flex offices está em destaque uma vez que, no 1º trimestre, se registou uma ocupação total de 6.279 m2 destinados a espaços flexíveis. Esta tipologia de escritórios é cada vez mais procurada por tenants que pretendem estar em espaços que podem facilmente ser adaptados a diferentes necessidades e que oferecem, simultaneamente um ambiente de trabalho colaborativo e criativo.

A renda prime manteve-se estável, nos 28€/m2/mês, com Lisboa a figurar na terceira posição do ranking das cidades europeias com renda mais competitiva. Já em termos de pipeline, até ao final de 2024, espera-se a conclusão de 135.000 m2 dos quais 55% estão já ocupados.

Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices, Savills Portugal, destaca: “É com grande entusiasmo que testemunhamos uma forte recuperação da atividade do mercado de Escritórios para números semelhantes ao contexto pré-pandémico. Os fundamentais do mercado nacional continuam em evidência, com a captação de um número crescente de empresas provenientes de novos mercados, nomeadamente EUA e norte da Europa. A sua localização estratégica na europa, o elevado nível de segurança, acessibilidades e o talento qualificado, fazem de Portugal um dos destinos mais atrativos para investir e estabelecer operações.”

 


Escritórios – Porto:
Rumando a norte, nos primeiros três meses do ano, o mercado de escritórios do Porto somou um volume de absorção de 18.040 m2, número que representa uma subida homologa histórica de 135%.

No total, foram concretizadas 22 operações, 6 das quais acima dos 1.000 m2 e que representam 70% do volume total de absorção.

A Zona Out of Town, que compreende os mercados de Matosinhos, Maia e Vila Nova de Gaia, registou a melhor performance. Dos 8.061 m2 ocupados nesta zona 7.827 m2 foram absorvidos pelo mercado de Matosinhos.

O indicador da renda prime registou uma trajetória ascendente, tendo encerrado o 1º trimestre nos 19€/m2/mês (+5,5% face ao 4º trimestre 2023), consequência da colocação de produto de elevada qualidade no mercado.
De destacar que, comparativamente a outras cidades europeias, o Porto é a cidade com o valor de renda mais competitivo, precedida por Varsóvia, Lisboa, Atenas e Barcelona.

Graça Ribeiro da Cunha, Offices Associate, Savills Portugal | Porto Division, sublinha: “Os números deste primeiro trimestre do ano não deixam margem para dúvidas de que o mercado de escritórios tem vindo a apresentar uma atividade robusta e dinâmica. Prova disso foi que, no Porto e durante este período, foi alcançado o maior volume de absorção dos últimos 5 anos relativamente a períodos homólogos. Por outro lado, o facto do Porto ser a cidade europeia que apresenta o valor de renda mais competitivo, é um excelente argumento para as empresas que equacionam o nosso mercado para prosperar na sua atividade.”

 

Industrial & Logística – Lisboa:
O mercado nacional de Industrial & Logística somou, no 1º trimestre de 2024, um total de 25 negócios num volume de absorção total de 150.000 m2, número que se traduz numa descida de 38% face ao período homólogo de 2023.

No entanto, face à média de absorção no mesmo período dos últimos três anos, verificou-se um aumento de 18%, indicando uma tendência de crescimento dos níveis de ocupação.

Na região da Grande Lisboa foram concretizados 11 negócios num total aproximado de 57.000 m2, com as necessidades de expansão a motivarem 98% das operações.

Contrariamente ao que foi observado em 2023, em que mais de 50% dos negócios foram fechados no eixo prime Azambuja – Vila Franca de Xira e no eixo Alverca - Loures, nos primeiros três meses de 2024, 49% dos negócios foram fechados no eixo entre Palmela e Setúbal.

No que ao pipeline concerne, entre 2024 e 2026, estão já planeados mais de 600.000 m² de projetos na região da Grande Lisboa, com cerca de 50% da nova oferta concentrada no eixo principal de Azambuja - Vila Franca de Xira.

Neste momento, cerca de 55% desta área já está destinada para ocupação própria ou para contratos em regime de pré-arrendamento.

 

Industrial & Logística – Porto:
A região Norte e Grande Porto registaram, até ao final do primeiro trimestre de 2024, uma ocupação de 72.000 m² que são resultado de 8 transações e que representam um aumento de 95% em comparação com o mesmo período em 2023.

Em 2024, o pipeline destinado a esta região soma um total de 115.000 m² distribuídos por dois projetos, com destaque para o Panattoni Park Valongo com 75.000 m2 e cuja data de conclusão se prevê ser no terceiro trimestre de 2024.

Pedro Figueiras, Head of I&L, Savills Portugal, aponta: “Em termos de Indústria & Logística, como sabemos, Portugal apresenta uma escassez de oferta de produto de qualidade, reafirmando a sua dificuldade de responder de forma eficaz a uma procura internacional crescente. O pipeline da Grande Lisboa e da região Norte/Porto, e as respetivas taxas de pré-ocupação, demonstram o crescente dinamismo deste mercado.”

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