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Cidades americanas lideram valores de venda prime residenciais. Lisboa está entre os 10 primeiros lugares.

Lisboa ocupa a 7ª posição do Savills World Cities Prime Residential Index, que abrange 30 cidades mundiais

 

A resiliência do mercado imobiliário residencial global continuou a verificar-se na primeira metade de 2022, refere a consultora imobiliária Savills. Nas 30 cidades abrangidas pelo Savills World Cities Prime Residential Index, os valores de venda aumentaram, em média, 2,4%.

Entre dezembro de 2021 e junho de 2022, 90% das cidades representadas no Savills Index registaram um crescimento positivo do valor de venda. Este incremento foi impulsionado pelo sentimento positivo no mercado, pelas taxas de juro ainda relativamente baixas, pela oferta limitada e pela atratividade do mercado residencial prime enquanto destino de investimento.

As cidades americanas dominam o ranking, sendo o Dubai, a única cidade não americana a figurar entre os cinco primeiros lugares, ocupando a 4ª posição.

Miami detém, mais uma vez, o primeiro lugar no que respeita ao crescimento valor de venda, registando um aumento de 12,5% durante o primeiro semestre do ano. Os impostos reduzidos e a qualidade de vida que a cidade oferece, encorajaram a migração proveniente de outros locais dos EUA, alavancando este resultado.

Los Angeles, São Francisco, e Nova Iorque juntam-se a Miami nos cinco primeiros lugares, com um crescimento superior a 4% nos primeiros seis meses do ano. Em São Francisco e Los Angeles o valor de venda prime já ultrapassou os valores pré-pandemia, enquanto a cidade de Nova Iorque ainda não atingiu o seu pico registado em 2017. Fatores como baixos níveis de stock, associados à conexão e à oportunidade económica que Los Angeles oferece, impulsionaram os seus preços no mercado residencial prime.

Rory McMullen, Head of North America Desk, Savills Private Office refere que “a migração de riqueza em todos os EUA prevalece hoje, mais do que nunca. Mesmo com os primeiros sinais de que a inflação e o aumento das taxas de juro estão a abrandar em alguns dos principais mercados, os modelos de trabalho flexível e a movimentação a partir de estados que apresentam impostos elevados, continuam a estimular o investimento."

No Dubai, os preços no mercado prime aumentaram 4,7% durante o primeiro semestre do ano, prevendo-se que a cidade continue a assistir a um forte crescimento dos valores de venda durante o resto de 2022. Com a afluência de pessoas detentoras de elevado património líquido e com o sucesso do Programa Golden Visa, prevê-se que os Emirados Árabes Unidos continuem a atrair este perfil de potenciais investidores numa escala superior à verificada no período pré-pandémico. O Dubai continua a canalizar investimentos para as infraestruturas da cidade, melhorando a sua oferta de lazer e turismo com o objetivo de manter e atrair talento e negócios.

Na Europa, Lisboa é a primeira cidade do continente a figurar no ranking, com o seu mercado residencial a registar um aumento dos valores de venda na ordem dos 3,7%.

De acordo com Alexandra Portugal Gomes, Head of Research & Communications “O mercado residencial de Lisboa vai continuar a registar uma procura dinâmica, mantendo a tendência de investimento no mercado do luxo. Espera-se que os aumentos de preços continuem, mas a um ritmo mais lento e em direção a uma trajetória de estabilização. A procura do mercado estrangeiro permanece firme. Reino Unido, EUA, França e mais recentemente Norte-Americanos são as nacionalidades que lideram a procura. Uma procura que continua a exceder fortemente a oferta atual.”

Os principais mercados residenciais de Berlim e Milão têm beneficiado de ofertas económicas e culturais diversificadas, apoiando uma ampla base de compradores. Amesterdão e Londres, ambos caracterizados pela falta de stock, continuaram a registar uma tendência de crescimento, embora com menor número de compradores internacionais do que o esperado, o que significa que a recuperação tem sido mais lenta do que o previsto.

Alguns mercados da Ásia-Pacífico estão ainda a sentir os efeitos da pandemia, enquanto a maioria das cidades globais atravessa agora o impacto da incerteza geopolítica, do aumento da inflação e do aumento das taxas de juro, embora estes fatores ainda não tenham tido repercussões nos valores dos principais mercados.

Apesar da subida das taxas de juro, as economias de Seul e Singapura permanecem resilientes, beneficiando o seu mercado residencial prime, ao mesmo tempo que a abertura das fronteiras internacionais da Tailândia impulsionará o mercado principal de Banguecoque na segunda metade de 2022.

Lucy Palk, Analyst, Savills World Research comenta: “olhando para o futuro, a trajetória de crescimento deverá manter-se, mas a um ritmo mais brando. Prevemos um incremento dos valores de venda nas 30 cidades globais para uma média de 2,2% no segundo semestre deste ano. A inflação e o aumento das taxas de juro pesarão negativamente sob a confiança dos compradores, mas os bens imobiliários residenciais prime estão menos dependentes do financiamento da dívida, e continuam a ser um ativo bastante interessante para a preservação da riqueza e perspetivas de capital growth.”