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Mercado de escritórios de Lisboa regista aumento de 19% de operações entre janeiro e agosto

No final do mês de agosto, o mercado de escritórios da capital registava o fecho de 75 operações, com a zona CBD na linha da frente com 22 negócios.

 

Em agosto, o mercado de escritórios de Lisboa absorveu uma área total de 5.606 m², de acordo com a mais recente análise da Savills. Este valor representa uma descida do volume de absorção de 58% e de 50% face aos meses de agosto de 2020 e 2019, respetivamente.

Olhando para o total acumulado dos 8 primeiros meses de 2021, o mercado registou uma ocupação de aproximadamente 74.500 m², o que reflete uma quebra de 24% e de 45% face aos períodos homólogos de 2020 e 2019, respetivamente.

Entre janeiro e agosto de 2021, foram fechadas 75 operações em Lisboa, com a zona CBD a liderar a tabela com 22 negócios realizados. Isto reflete um aumento de 19% face ao mesmo período de 2020, o que evidencia uma subida da procura e do fecho de negócios direcionados para áreas menores.

Esse padrão de procura é visível na comparação do número de operações realizadas por intervalos de área. O intervalo compreendido entre os 301 m² e 800 m² observou o maior número de negócios realizados em agosto, 25 comparativamente aos 15 registados no mesmo período de 2020, exercendo também um peso de 71% no volume total de área absorvida em Lisboa em agosto.

No acumulado do ano, a zona 5 (Parque das Nações) com 21.302 m², a zona 7 (Outras zonas) com 15.634 m² e a zona 2 (CBD) com 11.322 m² são as zonas do mercado de escritórios de Lisboa que figuram no top 3 dos volumes mais elevados de absorção. Os resultados observados nestas zonas do mercado lisboeta representam crescimentos de 6% e 12% para a zona 5 e zona 7, respetivamente, face a igual período do ano 2020. Deverá, no entanto, destacar-se as transformações observadas na zona 7, que tem vindo a ser palco de um aumento gradual da procura por áreas maiores. Entre 2018 e agosto de 2021, esta zona de mercado já registou 15 operações com áreas acima dos 1.000 m², num total acumulado de mais de 50.000 m².

Entre as empresas que escolheram 2021 para mudarem de instalações ou expandirem a sua área, contamos à data com a Critical TechWorks, com a operação de pré-arrendamento de cerca de 10.000 m² no Edifício K Tower no Parque das Nações, a BI4ALL, com ocupação do Edifício Cidade BI4ALL num total de 7.000 m² na Zona 7, com a WhiteStar, também numa operação de pré-arrendamento de 4.111 m² no Edifício Almirante Gago Coutinho 30 na zona 7, entre outras operações protagonizadas em larga percentagem pelos setores financeiros e TMT´s.

O setor das TMT´s tem sido o mais resiliente, tendo já ultrapassado em 11% o volume total de absorção verificado nos primeiros 8 meses de 2020. Se a crise pandémica colocou à prova a sobrevivência de muitos setores de atividade, no caso da área de Novas Tecnologias, a crise pandémica trouxe novas oportunidades de expansão de negócio, com repercussão direta nos seus modelos de ocupação de escritórios.

«Se olharmos para os primeiros 8 meses do ano conseguimos perceber que o mercado ocupacional adotou uma postura mais conservadora em 2021 face ao ano 2020, quando fomos atingidos pela pandemia.», explica Ana Redondo, Associate Director do Departamento de Office Agency da Savills Portugal. «Mas é importante notar que este “arrefecimento” não se deve a uma queda no mercado como aquela a que assistimos nos anos da crise do sub-prime, mas sim a uma paragem para balanço necessária e totalmente expectável, que está a conduzir muitas empresas a uma análise de reposicionamento estratégico dos seus planos de negócio, mas também de reorganização dos seus modelos de trabalho e espaços de escritórios.», acrescenta.