Savills revela que, durante o primeiro semestre de 2021, se registou um aumento médio de 3,9% no valor de mercado de residências prime um pouco por todo mundo, o crescimento mais rápido desde dezembro de 2016.
Taxas de juro consistentemente baixas, fortalecimento da confiança dos compradores, aumento do número de transações a preços mais altos e medidas de estímulo económico para combater os efeitos negativos da pandemia de COVID-19 são alguns dos fatores que contribuíram para o aumento do valor de residências prime. A conclusão é da análise da consultora imobiliária internacional Savills, intitulada “World Cities Index”.
O mercado residencial prime em Lisboa registou um aumento de 4,5% entre janeiro e junho de 2021, com o valor médio de propriedades residenciais prime a chegar aos 8600 euros por m2.
Das 30 cidades analisadas pela Savills, somente 3 (Roma, Milão, Madrid) não registaram aumentos e 4 (Barcelona, Paris, Mumbai, Nova Iorque) registaram contrações no valor dos mercados residenciais prime. As cidades que não registaram crescimento são aquelas cujos mercados residenciais prime dependem fortemente de investimento estrangeiro, e a pandemia veio levantar múltiplos obstáculos à movimentação transfronteiriça de capital.
Por outro lado, os valores observados durante o primeiro semestre do ano seguem um período de crescimento bastante mais ténue, entre junho de 2018 e dezembro de 2020, meses entre os quais se registou um aumento médio de 0,7% do valor de mercado de residências prime. Esse tímido crescimento foi fortemente influenciado pela incerteza associada à pandemia e por mudanças de políticas e regulamentos fiscais em várias cidades.
China e EUA lideram crescimento do valor dos mercados residenciais prime
No topo do “World Cities Index” estão as cidades chinesas de Xangai e Guangzhou, com taxas de crescimento dos respetivos mercados residenciais prime de 13,7% e 7,9% no primeiro semestre do ano. Este fortalecimento é reflexo da noção de que o imobiliário continuará a ser um investimento seguro na China, apesar de algumas políticas desse país terem procurado refrear o aumento dos preços das propriedades residenciais.
City |
6 month change – January – June 2021 |
Prime capital value - $ per sq foot (June 2021) |
Prime capital value - € per sq m (June 2021) |
Shanghai |
13.7% |
$2,000 |
€ 19,500 |
Hangzhou |
13.2% |
$1,200 |
€ 11,200 |
Los Angeles |
12.0% |
$1,500 |
€ 14,000 |
Miami |
9.1% |
$1,000 |
€ 9,900 |
Shenzhen |
9.1% |
$1,700 |
€ 16,100 |
Guangzhou |
7.9% |
$1,300 |
€ 12,100 |
Moscow |
6.6% |
$1,200 |
€ 11,900 |
Sydney |
4.9% |
$1,700 |
€ 16,400 |
Seoul |
4.6% |
$1,600 |
€ 15,700 |
Lisbon |
4.5% |
$900 |
€ 8,600 |
Dubai |
4.4% |
$600 |
€ 5,500 |
Berlin |
4.1% |
$1,100 |
€ 10,500 |
Singapore |
4.0% |
$1,500 |
€ 14,700 |
Bangkok |
4.0% |
$900 |
€ 8,400 |
Geneva |
2.4% |
$2,000 |
€ 19,400 |
Amsterdam |
1.7% |
$1,000 |
€ 9,500 |
Hong Kong |
1.6% |
$4,500 |
€ 43,400 |
Cape Town |
1.3% |
$200 |
€ 2,400 |
Beijing |
1.3% |
$1,500 |
€ 14,000 |
San Francisco |
1.1% |
$1,500 |
€ 14,600 |
London |
1.1% |
$1,800 |
€ 17,500 |
Tokyo |
1.0% |
$2,300 |
€ 21,500 |
Kuala Lumpur |
0.5% |
$300 |
€ 2,500 |
Rome |
0% |
$1,300 |
€ 12,900 |
Milan |
0% |
$1,400 |
€ 13,500 |
Madrid |
0% |
$700 |
€ 6,900 |
Barcelona |
-0.5% |
$700 |
€ 6,400 |
Paris |
-1.2% |
$1,600 |
€ 15,500 |
Mumbai |
-1.3% |
$1,100 |
€ 10,400 |
New York |
-2.9% |
$2,400 |
€ 23,300 |
Fonte: Savills Research
Do outro lado do Oceano Pacífico, Los Angeles e Miami são as duas cidades dos Estados Unidos da América que se destacam no índice da Savills, com aumentos de 12% e 9,1% nos valores dos respetivos mercados residenciais prime. Este crescimento deveu-se sobretudo à migração interna, fruto de relocalizações relacionadas com o teletrabalho e condições fiscais mais favoráveis.
Ricardo Garcia, Diretor de Residencial da Savills Portugal, refere que “Temos vindo a verificar um aumento gradual da procura de imóveis prime devido ao maior controlo da pandemia e a abertura de alguns mercados, tendência que contamos ver melhorada com a aceleração da vacinação e que esperamos ver materializada no último trimestre do ano. Portugal, nomeadamente o setor de imóveis prime, continuará a ser um mercado muito apetecível e que beneficiará com a abertura dos mercados. Prevê-se um último trimestre forte”.
Kelcie Sellers, analista da Savills World Research, afirma que «O regresso das viagens internacionais provavelmente fará aumentar o número de compradores de propriedades prime».
«Prevê-se que uma recuperação económica sustentada continuará a fortalecer a confiança dos compradores e fará crescer a procura. Apesar de continuar a existir um certo grau de incerteza relacionado com a pandemia, antevê-se que o setor residencial prime se mantenha forte durante o resto do ano».