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Mercado de Escritórios de Lisboa | Análise de Resultados | Junho 2020

Mês de junho segue tendência de descida esperada no volume de ocupação de escritórios no mercado de Lisboa

O mês de junho encerra o segundo trimestre do ano de forma expectável, perante o contexto pandémico que ainda estamos a viver. A descida no volume de ocupação é reveladora de uma atitude mais cautelosa e de uma visão para os próximos meses assente num elevado grau de incerteza. 

Rodrigo Canas
Offices Associate Director

 

No mês de junho de 2020, o mercado de escritórios de Lisboa registou um volume total de absorção de 5.114 m2, observando uma descida face ao mês de maio de aproximadamente 3%.

Comparativamente ao 1º trimestre 2020, os meses de Abril, Maio e Junho registaram uma descida total aproximada na ordem dos 9%, com as zonas CBD, Parque das Nações e Corredor Oeste a verificarem as maiores quebras de atividade.

Numa análise semestral, o mercado de escritórios de Lisboa verificou uma quebra de 24% no seu volume de absorção comparativamente ao período homólogo do ano 2019.

De acordo com Rodrigo Canas, Associate Diretor do Departamento de Escritórios da Savills Portugal “O mês de junho encerra o segundo trimestre do ano de forma expectável, perante o contexto pandémico que ainda estamos a viver. A descida no volume de ocupação é reveladora de uma atitude mais cautelosa e de uma visão para os próximos meses assente num elevado grau de incerteza.

Embora o segundo semestre possa verificar uma retoma da atividade um pouco mais expressiva, à medida que as empresas vão gradualmente recuperando os seus níveis de atividade, o ano 2020 ficará marcado por um valor de ocupação total abaixo dos valores verificados nos últimos dois anos”.

Se até ao mês de abril, o fecho das operações deve ser analisado fora do contexto de pandemia, dado tratarem-se de negociações que já estavam a decorrer na fase Pré-Covid, a partir do mês de maio são nítidos os efeitos do confinamento na performance do mercado de escritórios, sendo expectável que a retoma gradual possa ser só observada nos últimos meses do ano.

Relativamente ao número de operações verificadas, o 2º trimestre observou uma descida de 30% comparativamente ao 1º trimestre, contabilizando um total de 23 operações. Numa análise semestral, essa quebra ascende aos 42%, com a generalidade das zonas de mercado a registaram decréscimos entre os 20% e os 50%.

A Zona Prime CBD registou o maior volume de absorção do 2º trimestre somando um total de 18.805 m2, dos quais 16.441 m2 dizem respeito à ocupação do Edifício Monumental pelo BPI.

“Apesar da descida semestral no volume de absorção ter sido significativa, quando efetuamos uma análise mais detalhada aos volumes de área contratados conseguimos perceber que o mercado de Lisboa continua a captar operações de grande dimensão (superiores a 5.000 m2), sendo que estas registaram um decréscimo residual de aproximadamente 4% comparativamente com o período homólogo de 2019” afirma Alexandra Portugal Gomes, Associate Market Research da Savills Portugal.

O setor de atividade dedicado a Serviços Financeiros foi o setor que mais contribuiu para o fecho das operações com maior volume de área contratado, alcançando um total de 27.538 m2 no 2º trimestre de 2020 e somando um total de 34.899 m2no final do 1º semestre de 2020, o que o coloca no primeiro lugar do top dos setores mais dinâmicos.

A mudança de edifício continua a ser o maior motivo de procura de escritórios no mercado de Lisboa, com um peso de 74% no volume de absorção total do 1º semestre de 2020.