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Centros financeiros em zonas secundárias da europa permanecem no topo das preferências dos investidores

De acordo com um estudo recente da Savills, as cidades localizadas em zonas secundárias na Europa, incluindo Praga (+124%), Varsóvia (+119%), Estocolmo (+46%), Berlim (+37%), Dublin (26%), Atenas (53%) e Milão (+16%), assistiram a um acréscimo de investimento no primeiro semestre de 2019.

O relatório indica que embora as yields prime dos escritórios tenham estabilizado em 58% dos mercados, estas mantém-se nos 4% ou menos, com a exceção de Lisboa (4.25%), Varsóvia (4.5%), Manchester (4.75%), Atenas (6.25%) e Bucareste (7.15%). Neste sentido, verifica-se uma manutenção do interesse dos investidores sendo expectável o desejo de maiores retornos.

Relativamente a outros setores, Atenas, Varsóvia, Lisboa e Bucareste são os únicos mercados onde a rentabilidade dos centros comerciais foram afetados em cerca de 25 pontos base (p.b.) nos últimos 12 meses, resultando num incremento do valor dos ativos. Noutras localizações, a rentabilidade dos centros comerciais mantiveram-se estáveis em cerca de 10-25 p.b. Londres e Paris viram a rentabilidade subir em cerca de 50 pb. e 75 p.b., respetivamente, sendo que o e-commerce continua a perturbar o setor. 

A Savills revela também que as rentabilidades logísticas estão rapidamente a comprimir os mercados europeus, numa média de -47 p.b. em comparação com este trimestre do ano transato, à medida que a procura de armazéns estrategicamente localizados cresce.

Segundo Nuno Esteves, Senior Analyst do Departamento de Investimento da Savills Portugal: ”A qualidade de vida que Portugal proporciona e que tão eloquentemente tem vindo a ser comunicada nos media, potencia a sua capacidade de reter talento. Desta forma, há uma forte procura residencial de pessoas provenientes do estrangeiro, bem como de empresas que também acompanham a tendência alavancada pelas condições socioeconómicas do país. Os investidores identificam claramente esta dinâmica e mantêm o seu apetite por ativos desta natureza. Há margem de crescimento quer nas rendas, quer no take-up líquido e bruto, solidificando a posição portuguesa no mercado de escritórios num contexto europeu. A limitação de ativos disponíveis para operações de investimento em todos os setores aliada à elevada liquidez, cria um paradoxo que se traduz numa grande vontade para investir e poucas opções disponíveis em zonas mais consolidadas, abrindo oportunidades em setores ou localizações alternativas. As yields não podem comprimir para sempre e a valorização dos ativos terá que ocorrer por outras vias. O time-to-market e a gestão do risco do licenciamento são preocupações cada vez mais latentes.”

Eri Mitsostergiou, Diretor do Departamento de European Research da Savills, comenta: “No contexto do decréscimo do volume de investimento por toda a Europa, observamos um número de novas cidades a superar os tradicionais hotspots em todos os mercados. Com algumas cidades ainda acima dos 4% da marca de rentabilidade para escritórios, irá ser interessante observar quão rapidamente essas localizações vão ao encontro de zonas onde a rentabilidade é menor que 4%.

Por outro lado, será fascinante observar como os setores de retalho e logística irão atuar perante o aumento da procura, devido à subida exponencial do e-commerce que reflete uma maior procura por espaços de armazém.”

Marcus Lemli, Head of Investment da Europa da Savills, adicionou: “Apesar de termos assistido a níveis de liquidez muito elevados, a disponibilidade limitada de ativos de qualidade associada à detenção dos ativos por um período mais alargado, reduziu a atividade. Neste sentido, significa que os investidores começaram a centrar mais as suas atenções em mercados secundários nos quais se verifica uma rentabilidade mais atrativa. Esperamos ver esta tendência crescer à medida que avançamos para o segundo semestre.”