Diferenciação e competitividade estão no centro da guerra pela atração e conquista dos melhores talentos. Outrora conquistados pelos níveis salariais e pela estabilidade que a organização oferecia ou não, agora renderam-se a fatores como flexibilidade, inovação e bem-estar no local de trabalho e estão irredutíveis nas suas escolhas.
Nunca se escreveu e debateu tanto sobre criação de experiências, well-being, flexibilidade, retenção de talento, nómadas digitais e ESG como atualmente. A flexibilidade e a priorização de questões de bem-estar, saúde mental e segurança impulsionadas pela pandemia, o maior game changer do mercado laboral da nossa geração, vieram para ficar e o seu entendimento claro por parte das entidades empregadoras é fundamental.
Prestar atenção às tendências do workspace, nomeadamente, à adaptação, à conectividade e à inovação, é um fator-chave para atrair e motivar os colaboradores de uma empresa, pois oferece a capacidade de escolher e promover uma experiência positiva que exceda algo puramente profissional.
Mas, onde devem as empresas investir? Como promover a felicidade nos espaços de trabalho?
O tempo do escritório convencional ficou no passado. Os 11/m² por posto de trabalho composto por cadeira operativa, equipamento e telefone dão agora lugar, em grande parte das empresas e tendo em consideração a sua área de negócio, a modelos mais híbridos onde o utilizador pode circular e trabalhar em qualquer área do escritório, ou optar por trabalhar remotamente.
Este poder de escolha, possível pela adaptação de ferramentas tecnológicas inseridas num mundo 100% digital, é importante para a saúde do capital humano das empresas.
As organizações que dão prioridade à saúde do seu capital humano nos seus espaços físicos, políticas e protocolos operacionais estão claramente a investir no futuro. A promoção da criatividade e iniciativa dos colaboradores e a oportunidade de conciliação do trabalho com a felicidade, são fatores que permitem às empresas atingir um incremento dos seus níveis de eficácia.
Urge então a necessidade de melhorar a saúde mental e a diversidade no local de trabalho, e converter estes fatores numa ferramenta com potencial para atrair e cultivar talentos, contribuindo para alavancar os resultados globais do negócio.
A experiência positiva associada ao espaço de trabalho, ao well-being, a políticas de ESG através da promoção de iniciativas que prezem a saúde e o bem-estar no ambiente de trabalho assumem a sua importância na motivação aos colaboradores, transformando-se numa vantagem competitiva.
As pessoas passam 90% do seu tempo no interior de edifícios, por isso, é imprescindível que o seu bem-estar individual nestes espaços não seja negligenciado. Esta é, sem dúvida, uma variável que deverá estar no centro do processo de gestão de talento no local de trabalho, pois apenas desta forma é possível associar a experiência de escritório ao conceito de felicidade.
No âmbito da estruturação e aplicação de estratégias ESG, a obtenção de certificações como BREEAM, LEED ou WELL tornou-se uma ferramenta de medição de parâmetros com impacto ambiental, mas também de impacto no capital humano, aumentando a reputação, a notoriedade e a credibilidade das empresas. No caso da certificação WELL, esta centra-se na saúde e no bem-estar das pessoas no interior dos edifícios, exercendo um papel ativo e crucial na elevação da qualidade dos padrões de vida, o que se irá refletir na produtividade dos colaboradores.
A certificação WELL surge assim como uma oportunidade de diferenciação das empresas num contexto atual em que já não apenas as questões ambientais que estão no topo da agenda. Cada vez mais se discute a influência que os edifícios exercem na saúde e bem-estar dos seus ocupantes, provando o papel e associação direta da arquitetura à felicidade no espaço de trabalho.
Na equação final são vários os denominadores que o pós-pandemia trouxe a jogo e que vão muito mais além que o bom conforto térmico e acústico. Nutrição, fitness, biofilia e active furnishings fazem agora parte de um vocabulário que tende a ser cada vez mais universal. Uma equação em que tudo é pensado a favor da saúde física e mental dos colaboradores, incentivando-os a estar e experienciar o novo local de trabalho, estimulando as relações interpessoais. Uma equação pensada para gerar emoções positivas e de conforto, para incentivar a criatividade e continuar a conquistar os melhores recursos humanos, dia após dia.