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A adaptação do setor hoteleiro em Portugal na ajuda contra a Covid-19

Na Europa, a indústria hoteleira e do turismo têm sido dos setores mais impactados pela crise da Covid-19. No entanto, são também dos setores mais ativos e que estão a desempenhar um papel crucial no combate à Covid-19 e Portugal não fica de fora.

Com eventos cancelados e proibições de todas as viagens não essenciais, muitos hotéis ficaram sem atividade e disponibilizaram-se para ajudar um pouco por todo o país.

Na cidade do Porto, vários hotéis e alojamentos locais estão a disponibilizar quartos para profissionais de saúde perto do seu local de trabalho. Foram reunidos cerca de 180 quartos/apartamentos para os profissionais poderem ter o descanso merecido e para que não exista o risco de contaminar familiares. Em Santa Maria da Feira, a Câmara Municipal negociou quatro hotéis do concelho para disponibilizar quartos para os profissionais de saúde que precisem de estar perto do Hospital São Sebastião.

Com o mesmo objetivo, algumas escolas de hotelaria e turismo têm disponíveis alojamentos, sem qualquer custo, com um total de 20 quartos na escola de Setúbal do Turismo de Portugal, 14 quartos na escola de Faro e 7 quartos na escola de Lamego.

No Algarve, à semelhança de vários hotéis, também a imobiliária Garvetur está a oferecer alojamento a médicos e enfermeiros destacados na região.

Também no concelho de Oeiras, a Câmara está a implementar um sistema de acolhimento dos profissionais de saúde, num hotel do concelho, para permitir o repouso e evitar colocar familiares em perigo. De forma paralela, um outro sistema de acolhimento para profissionais de funções essenciais para quarentena ou tratamento.

Com o objetivo de ajudar todos aqueles que estão diariamente em constante perigo de exposição, foi lançada a plataforma “ROOMS AGAINST COVID-19” que conta com mais de 1.000 ofertas de alojamento para profissionais de saúde que não queiram arriscar contagiar os familiares ou que se encontrem deslocados da sua residência. Neste momento, 130 pessoas já usufruíram deste serviço e já entraram 400 pedidos de alojamento. Este projeto teve origem de uma parceria entre a GuestCentric e a HiJiffy, ambos fornecedores do software hoteleiro e conta com o apoio do Turismo de Portugal, AHP - Associação da Hotelaria de Portugal, da ALEP – Associação do Alojamento Local em Portugal, do site hotéis Click2Portugal e particularmente de quem cede os espaços que estão disponíveis na plataforma desenvolvida. Este tipo de ações foram iniciadas em Espanha no início de março por cadeias como a Ilunion, a B&B Hotels, Room Mate e Palladium (Ayre Hoteles) disponibilizando cerca de 60.000 camas só em Madrid. Posteriormente esta estratégia foi adotada por diversos hoteleiros por todo o mundo.

Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, o cenário mantém-se. Na Madeira, quem apresentar sintomas relacionados com a COVID-19 fica em quarentena obrigatória numa das cinco unidades hoteleiras que o governo regional madeirense requisitou. Nos Açores, turistas ou residentes que aterrem no arquipélago são encaminhados para os hotéis Marina Atlântico e The Lince em São Miguel ou o hotel do Caracol na Ilha Terceira, ficando lá hospedados por 14 dias, com os custos a serem suportados pelo Governo dos Açores.

Também a AHP (Associação da Hotelaria de Portugal) enviou milhares de bens, como, lençóis, almofadas e cobertores para equipar o hospital de campanha no Estádio Universitário de Lisboa. Além dos bens doados para o hospital de campanha, a Associação recolheu e disponibilizou 11 mil doses individuais de champô, mais de 8 mil kits escovas e pastas de dentes, 7 mil sabonetes, mais de 4 mil luvas e mais de 300 cobertores, edredões e mantas.

Contudo não só a hotelaria tem providenciado meios para ajudar no combate à Covid-19, mas também a restauração tem contribuído com a disponibilização de meios para garantir refeições aos mais necessitados, com referência num artigo da Forbes.

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